Categoria Literapia

Infância

Quando dei por mim Os pedaços que eram meus Voltaram com a primavera Que florescia No caminho Que semeaste. Quando dei por mim A minha infância voltou Naquele baloiço Em que andaste Naquele baloiço Que me encantou Naquele baloiço Que…

Um p e um ai – Pai

Era muito, muito menina e eis que chegava o dia do pai. A minha educadora punha-me a fazer uma prenda para o dia do pai. Eu chorava e ela telefonava à minha mãe. Não havia nada a fazer. Ela abria…

O amor é uma papoila rubra.

Colhida ao acaso  Entre a erva seca da planície, A papoila está Ansiosa da ternura dos amados. Subsiste se lhe dão água urgente E cristalina… Por algum tempo, só. Não resiste ao desamor  das mãos que a colhem. Mas, mesmo…

Recomeçar

Nas nossas mãos desmãozadas há uma mixórdia de carne e chips, articulações e telas OLED e memórias RAM. Onde termina o telemóvel e onde começam as mão? Já não interessa porque é nessas desmãos que registamos, guardamos e arquivamos os meses, semanas, dias, horas, minutos e segundos desse tiq-tac-tic-tac de 2022 cada vez mais esfumado.

Outonar

Eis nos prestes a virar a folha. Foi um pulo e cá estamos. Mês 11. Vamos outonando. Engordámos a velha despensa e afogámos a adega já vazia.

APRENDER

Eu queria o mar. A água gelada era sempre uma delícia, a bandeira parecia-me sempre verde e os lábios roxos ou os dentes a bater de frio só existiam na preocupação dos adultos. Era do melhor!